É difícil falar. É mais prazeroso escrever.
As palavras se sentem livres para voar.
Tornam mais bonito o amanhecer.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Despedida

        Não chores antecipadamente, meu caro amigo. Não partirei para sempre...
        Ele me perguntou melancolicamente quando eu partiria. Precisava saber para poder se preparar emocionalmente para o momento da despedida. Aquela pergunta partiu meu coração, como posso deixá-lo na mão? Justo ele que sempre esteve ao meu lado. Não sabia o que dizer-lhe, nada seria o suficiente para consolá-lo. Mas quis amenizar a situação dizendo-lhe que não era preciso se preocupar, pois demoraria mais alguns meses para partir.
        Antes eu tivesse somente ele para consolar com minha partida. Havia outra pessoa, talvez essa muito mais sentida com a minha eminente ausência. Tão sentida que não tocava nem no assunto e eu tinha que me policiar para não comentar nada sobre a viagem, mesmo estando em plena fase dos preparativos.
        Eles não serão os únicos a sofrer. Lembro-me muito bem do que senti quando passei quase um mês longe deles... Preciso tanto deles quanto eles de mim. Nossas relações são de interdependência, suprimos as necessidades do outro, nos completamos.
        Entretanto, minha partida é quase inevitável. Então gostaria de fazer dos nossos últimos momentos juntos, os melhores e conseguir demonstrar e provar que independente de quão distante eu esteja eu sempre estarei com eles e eles comigo, dentro do meu coração.
        Sei que despedidas são sempre difíceis, mas se a encararmos... É nesse momento que paro para refletir e não consigo pensar em uma forma de tornar esse momento fácil. Logo, entristeço com a idéia de vê-los chorar. Disseram-me: “Preciso me preparar psicologicamente para chorar em público.” E eu preciso me preparar para assistir a essa cena...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sim

Pequenas coisas
Pequenos gestos
Grandes amores
Grandes afetos

Dou-te um anel
Faço-te um afago
Faço-te um poema
Tenho-te em meus braços

Recebo um sim...
E agora não preciso de mais nada
Já sou a pessoa mais feliz
Com esse belo fim!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ela

    
Lá estava ela, mais uma vez a chorar. Não agüentava mais a vida que estava levando. Enganando a todos e, principalmente, a si mesma. Sim, estava enganada esse tempo todo sobre o que era importante, sobre o que realmente a deixava feliz.
        Os momentos de extrema melancolia tornaram-se constantes desde o momento em que acordara para a realidade em que vivia e sonhara com a realidade que desejava para si. Esses momentos deixavam-na muito frágil, mas ao mesmo tempo a davam um pouco mais de força e determinação para mudar, pena que ainda não foram o suficiente.
        A pressão sobre ela ainda é maior do que qualquer disposição sua a mudança. É claro que quanto mais tempo se passa, maior é a inquietação em seu coração, e, talvez, só o tempo seja capaz de extravasar esse sentimento.
        Enquanto isso não acontece, eu a observo e espero o melhor momento para consolá-la. Não forço a barra porque sei o quanto é difícil para ela. A quero inteira para mim, mas enquanto esse dia não chega, eu me contento em reconfortá-la em meus braços todas as vezes que nos encontramos as escondidas